sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ATUALIZAÇÃO LINGÜÍSTICA

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS- COQUEIRO - BELÉM/PARÁ
DEPARTAMENTO DE ENSINO
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

A LÍNGUA PORTUGUESA
ATUALIZAÇÃO LINGÜÍSTICA

INTRODUÇÃO

O idioma português, devido às misturas lingüísticas e suas mutações, têm sido uma das línguas mais complicadas para a compreensão do estudante. O Brasil indígena: dos interesses da França, dos planos da Inglaterra e das conquistas da Holanda, posteriormente, não fala francês, inglês ou holandês; o Brasil que foi de Portugal fala português.
Mais de 215 milhões de pessoas no mundo falam a língua portuguesa; é o quinto idioma mais falado no Planeta e o terceiro mais falado no Ocidente. O idioma português é a língua falada por Portugal, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Cabo Verde; e ainda, falado na antiga Índia Portuguesa (Damão, Goa, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli), Guiné Equatorial e Macau. A língua portuguesa também, está inserida no estatuto oficial da União Européia, na União Africana e no Mercosul. Pela importância e abrangência do idioma, essa questão merece especial atenção dentro do aspecto científico.
A linguagem é certamente a ferramenta principal do professor. Alguns “especialistas” querem substituir a linguagem pela desculpa de que o aluno aprende sozinho, colocando o docente como se fosse uma figura desnecessária. Usar essas expressões diante de alguns desses supostos “especialistas”, com certeza, eles diriam que entendi mal o assunto; no entanto, é exatamente isso que eles estão dizendo, para justificar a falta de conhecimento dos assuntos que eles se dizem “mestres”.
Para compor a riqueza da linguagem, acrescentaríamos nesse assunto: A Oratória (a arte de falar bem), a Hermenêutica (o caminho da compreensão da linguagem escrita; ou, princípios de compreensão do conteúdo) e a Didática (a arte de ensinar). A listagem apresentada aqui tem o intuito de compreender melhor a língua que falamos e relacioná-la com elementos correlatos do conhecimento, na intenção de entender a fala e utilizá-la.
Um dos assuntos preponderante aqui apresentado é a questão da nova ortografia da língua portuguesa no Brasil.

O acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995. (TUFANO, 2008, p. 3).

O acordo está restrito a Ortografia, portanto, não atinge a língua falada. O acordo não elimina as diferenças ortográficas, mas, acredita-se que, é um passo largo para a unificação ortográfica entre os países que assinaram o acordo.
Sabemos que, o menor detalhe “no mundo da linguagem”, quando ignorados, o sentido de uma mensagem pode ser modificado, provocando os mais diversos prejuízos tanto para o Emissor como para o Receptor; por essa razão, destacamos ainda nesse trabalho os erros clássicos mais comuns.
A linguagem usada aqui será ainda a antiga; pois, estamos tentando explicar as mudanças proposta pelo Novo Acordo, sem que afete a compreensão do estudante.

1. A LÍNGUA OFICIAL E NACIONAL DO BRASIL: O PORTUGUÊS.

Amo o teu viço agreste e o teu aroma de virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma (Olavo Bilac).

O que se sabe, basicamente, é que o nosso português é de Portugal; no entanto, há muito mais que aprender sobre a língua portuguesa no Brasil.
O latim sofre uma diferenciação na Península Ibérica durante o processo de contatos entre povos e línguas que ocorreram a partir da chegada dos romanos no segundo século a.C.; por esse motivo, a língua portuguesa é formada como língua específica na Europa. Dentro da questão geográfica, a Península Ibérica é o referencial da formação da língua portuguesa, que, depois de várias línguas formadas nessa região, ente elas: O castelhano, o catalão e o galego-português; desta última, resultou o idioma português.

1.1 A ETIMOLOGIA E A ORIGEM.

A formação do idioma português como língua específica, ocorreu na Europa, como conseqüência da mudança que o latim sofreu na Península Ibérica (como já foi dito) por ocasião do processo das relações entre povos e línguas ocorridos a partir da chegada dos romanos, por volta do Século II a.C.; como comumente às informações é repassada: “O português nasceu na antiga Galécia (Gallaecia) (Galiza e Norte de Portugal) ao noroeste da Península Ibérica e desenvolveu-se na faixa ocidental da mesma incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana” (WIKIPÉDIA: Língua Portuguesa). “O fator decisivo da formação da língua portuguesa foi à romanização da Península. [...] O idioma português é, pois, um dos produtos da România”[1] (LOPES, 1998, p. 13). O latim já transformado com as línguas germânicas, por volta de 409 a 711 d.C., que, posteriormente, relacionado com o árabe, durante a invasão muçulmana, a lingüística passou a dar novos sentidos à forma de expressão usada naquele tempo. Na fase inicial do processo de reconquista da Península Ibérica pela igreja católica, somado com anos de contatos com outros povos de idiomas diferentes, dão origem ao galego-português,[2] que, como conseqüência, aparece na história à língua portuguesa. O País Portugal surge depois da língua falada por este povo; tendo como referencial cronológico de independência, o ano de 1128, com a batalha de São Mamede.
Até o período da Idade Média, a língua portuguesa já tinha passado por diversas mudanças; então, a partir desse ponto histórico, o idioma é transportado para o Brasil no período das navegações e conquistas às Américas, entre o fim do século XV e todo o século XVI.

1.2 A LÍNGUA PORTUGUESA COMO IDIOMA OFICIAL NO BRASIL.

Foi a partir de 1532, com o início da colonização no Brasil por Portugal, que, a língua portuguesa é trazida ao Brasil. Mesmo com a relação do novo idioma com outras línguas existentes, como a indígena, a língua portuguesa prevaleceu, passando a ser posteriormente, o idioma falado no País. Partindo desse referencial cronológico da língua portuguesa como idioma oficial no Brasil, passa por fases distintas que caracterizam à sua história: (1) Na primeira fase, vai da colonização até a saída dos holandeses do Brasil por volta de 1654; nesse tempo, o Brasil falava as línguas indígenas, assim como a língua holandesa. (2) Na segunda fase, que teve como referencial a saída dos holandeses do Brasil, vai até a chegada da família real portuguesa, por volta de 1808, em Rio de Janeiro. Com a saída da língua concorrente (holandesa), a língua portuguesa enfrenta outros desafios: as línguas indígenas, as línguas africanas dos escravos e as línguas gerais; em cujo período, Portugal trabalha no processo da colonização, excluindo as línguas gerais. Nesse período, ainda se destaca à ação portuguesa proibindo às escolas a falar outra língua, senão a portuguesa; então, o idioma português que já era a língua oficial do Brasil, passa a ser a mais falada. (3) Na terceira fase, conhecemos outros elementos característicos do processo da formação do idioma português no Brasil: “O terceiro momento do português no Brasil começa com vinda da família real em 1808, como conseqüência da guerra com a França e termina com a independência. Poderíamos utilizar como data final desse período, 1826” (GUIMARÃES, 2008, p. 2). A língua portuguesa nesse tempo se firma mais ainda como o idioma do Brasil, com a chegada de aproximadamente quinze mil portugueses no Rio de Janeiro; transformando a Cidade como a capital do império, trazendo novas propostas para o Brasil, inclusive a manutenção da língua portuguesa. (4) Na quarta fase, a língua dos colonizadores passa a ser definitivamente o idioma nacional; período histórico caracterizado como um dos mais fundamentais na história brasileira. Por um lado, as línguas indígenas continuavam em evidência, embora, em pequena escala; por outro lado, o processo de imigração para o Brasil estava no seu período áureo: Os alemães em Ilhéus (1818) e Nova Friburgo (1820); e outros como: italianos, japoneses, coreanos, holandeses e ingleses. Nesse período, a língua oficial do Brasil fica com o desafio de manter suas relações lingüísticas entre indígenas locais e africanos escravos por um lado, e os imigrantes europeus e asiáticos como desafio paralelo. Os embates por parte dos povos de língua espanhola foram uma ameaça ao idioma português no Brasil; fato que, no período do Estado Imperial, que parecia estruturado para conter a confusão lingüística, às invasões foram rebatidas; porém, dentro, as resistências populares pareciam ferir as bases do Estado Império, opondo-se às mudanças culturais. “Nos anos de 1872 – 1875, o Estado Império já vinha perdendo suas bases de sustentação” (LINHARES, 1990, p. 277).
Partindo do final dessas fases, os brasileiros, como falantes da língua portuguesa, tentam desenvolver formas que facilitem a compreensão das línguas “visitantes” como mecanismo das relações sociais das culturas diferentes citadas.

Nota: O Novo Acordo, que tem como intenção a unificação da Língua Portuguesa abrangendo oito países, também é uma forma de receio de que no futuro a língua falada não seja mais a mesma; como por exemplo, a possibilidade de que na América do Sul venha a falar uma nova língua: O “Portunhol” (uma mistura de português com a língua espanhola falada na maioria dos países das Américas). Devemos admitir que, existe essa possibilidade; não num curto prazo, mas, num futuro que não sabemos quando.

2. O QUE MUDOU NO ALFABETO.

Crescimento lingüístico implica crescimento cultural. Ou melhor, crescimento lingüístico supõe crescimento humano integral. Antes de dar uma boa linguagem, demos uma boa formação. Formemos indivíduos cultos, livres, responsáveis, e teremos uma linguagem de cultura, liberdade e responsabilidade (LUFT, 2007, P. 17).
O Alfabeto usado no Brasil, com a nova ortografia são acrescentadas três letras: K, W e Y, que na verdade, não tinha desaparecido completamente; demonstrando assim que, a adaptação dos brasileiros com as mudanças não será difícil absolver.
Em Portugal caem o “c” e o “p” mudos, como por exemplo: “óptimo” e “acto”. O português de Portugal, em palavras como: “herva” e “húmido” passa a ter a forma brasileira: “erva” e “úmido”. Conforme algumas informações da mídia nacional brasileira, Portugal ainda se encontra bastante atrasado nessa questão. Apesar de já aprovada à nova ortografia, ainda existem insistência para continuação da velha ortografia no país.
O Alfabeto completo passa a ser lido assim:

A B C D E F G H I J K L M

N O P Q R S T U V W X Y Z

As letras K, W e Y, na verdade, não tinha desaparecido completamente; os dicionários ainda utilizavam na escrita em símbolos de unidades de medidas, como: kg (quilograma), km (quilômetros) e W (watt); ou na escrita de nomes estrangeiros, como: William, show, yang, kaiser. Lembrando que, às misturas lingüísticas sempre estiveram presentes na ortografia usada no Brasil, principalmente, na língua inglesa, que faz do País uma lingüística diversificada quanto ao seu uso.

2.1 O USO DO TREMA.

Aquele sinal representado por dois pingos na letra U, denominado de TREMA, não será mais utilizado. Ele era normalmente usado para indicar que a letra “U” era pronunciada nas palavras que tivessem GUE, GUI, QUE e QUI.
No novo acordo ortográfico o uso do “trema” desaparece, menos nas palavras estrangeiras; como por exemplo: Müller. No guia prático da nova ortografia, Douglas Tufano apresenta uma lista de vocábulos que demonstra o que muda na língua portuguesa na questão do “trema”.
COMO ERA
COMO FICA
Agüentar
Aguentar
Argüir
Arguir
Bilíngüe
Bilíngue
Cinqüenta
Cinquenta
Delinqüente
Delinquente
Eloqüente
Eloquente
Ensangüentado
Ensanguentado
Freqüente
Frequente
Lingüiça
Linguiça
Seqüência
Sequência
Seqüestro
Sequestro
Tranqüilo
Tranquilo

2.2 MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO.

EXEMPLO 1. O acento nos ditongos[3] abertos não se usa mais: éi e ói das palavras paroxítonas (palavra que têm acento tônico na penúltima sílaba). “Atenção: Essa regra é usada apenas para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em eis, éu, éus, oi, óis. Exemplos: Papéis, herói, heróis, troféu, troféus” (TUFANO, 2008, p. 9). Repetindo: Essa regra é usada apenas para palavras PAROXITONAS; assim, as palavras oxítonas e proparoxítonas continuam como na antiga grafia.
A lista usada em seguida para exemplificar essa questão, é também a mesma usada por Douglas Tufano.

COMO ERA
COMO FICA
Alcatéia
Alcateia
Andróide
Androide
Apóia (verbo apoiar)
Apoia
Apóio (verbo apoiar)
Apoio
Asteróide
Asteroide
Bóia
Boia
Celulóide
Celuloide
Colméia
Colmeia
Coréia
Coreia
Estóico
Estoico
Estréia
Estreia
Estréio (verbo estrear)
Estreio
Geléia
Geleia
Heróico
Heroico
Idéia
Ideia
Jibóia
Jiboia
Odisséia
Odisseia
Platéia
Plateia

EXEMPLO 2. No caso, das palavras paroxítonas, não se usa mais acentos no i e no u (sílabas tônicas), quando vierem depois de um ditongo[4].

COMO ERA
COMO FICA
Baiúca
Baiuca
Bocaiúva
Bocaiuva
Feiúra
Feiura

“Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuús, Piauí” (TUFANO, 2008, p. 10).

EXEMPLO 3. As palavras terminadas em ôo (s) e êem, o acento (circunflexo) não é mais usado. Para exemplificar o assunto apreciado, destacamos as palavras usadas por Tufano, são demonstrados como era e como passa a ser alguns termos depois da nova ortografia em vigor.

COMO ERA
COMO FICA
Abençôo
Abençoo
Crêem (verbo crer)
Creem
Dêem (verbo dar)
Deem
Dôo (verbo doar)
Doo
Enjôo
Enjoo
Lêem (verbo ler)
Leem
Magôo (verbo magoar)
Magoo
Perdôo (verbo perdoar)
Perdoo
Povôo (verbo povoar)
Povoo
Vêem (verbo ver)
Veem
Vôos
Voos

EXEMPLO 4. Observa-se também que não é mais usado o acento que diferenciava os pares pára / para, péla (s) / pela (s) / pelo (s), pólo (s) / pólo (s) e pêra / pêra. Ainda na apresentação do mesmo autor, observamos o seguinte quadro para à compreensão do discente:

COMO ERA
COMO FICA
Ele pára o carro
Ele para o carro
Ele foi ao pólo norte
Ele foi ao pólo norte
Ele gosta de jogar pólo
Ele gosta de jogar pólo
Esse gato tem pêlos brancos
Esse gato tem pelos brancos
Comi uma pêra
Comi uma pera

O professor Douglas Tufano, chama à atenção do aluno para pontos interessantes de serem observados (2008, p. 12); percebe-se que, O acento diferencial em pôde / pode, permanece. A palavra pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular; a palavra pode é a forma do presente do indicativo na 3ª pessoa do singular. Observe esse exemplo apresentado pelo autor acima citado: “Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode” (p. 13).
O acento diferencial em pôr / por permanece. O termo por é preposição; como indica esse exemplo: “Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim”.
Outra questão são os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.) que permanecem. Nesse caso, apresentamos os seguintes exemplos (p. 13): “Ele tem dois carros / Eles têm dois carros”. “Ele vem de Sorocaba / Eles vêm de Sorocaba”. “Ele mantém a palavra / Eles mantêm a palavra”. “Ele convém aos estudantes / Eles convêm aos estudantes” “Ele detém o poder / Eles detêm o poder”. “Ele intervém em todas as aulas / Eles intervêm em todas as aulas”.
“É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma / fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo” (TUFANO, 2008, p. 14). Nessas questões parece não trazer dificuldades para os alunos.
Outro ponto a ser observado é o acento agudo na letra u (tônico), das formas: “Tu arguis; Ele argui; Eles arguem” (presente do indicativo dos verbos argüir e redargüir).

EXEMPLO 5. O uso do Hífen. Aquele tracinho usado para formar palavras compostas. No novo acordo ortográfico, algumas regras foram alteradas no uso do hífen. No sentido de clarear a questão apreciada, usamos mais uma vez os argumentos de Douglas Tufano.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. (TUFANO, 2008, p. 17).

As observações acima caracterizam uma demonstração clara do lugar do hífen na nova ortografia; e observamos também que, com prefixos, usa-se sempre o uso do hífen quando as palavras são iniciadas por h, como podemos exemplificar em seguida:


EXEMPLIFICAÇÃO
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro

macro-história
mini-hotel
proto-história

sobre-humano
super-homem
ultra-humano

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra: “humano” perde o h).

Como saber que numa palavra o uso do hífen não deve acontecer? Quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento, como podemos expor em seguida:

EXEMPLIFICAÇÃO
Aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
Autoinstrução
coautor
coedição
Extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto

Complementar as respostas de Tufano quanto o uso do hífen, sabe-se que, é exceção quando: “o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, coocupante, e outros termos similares. Também, não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com consoante diferente de R e S, como: anteprojeto, antipedagógico, geopolítica, microcomputador, semideus.
Vamos lembrar, no entanto, que, no caso do prefixo VICE, não se aplica esta regra; pois, nesse caso, sempre se usa o hífen. Exemplo: Vice-Rei; Vice-Campeão; Vice-Presidente.
Lembre-se também que, quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar por R ou S, não se usa o hífen, mas duplica-se o R ou o S. Exemplo: Antirrugas; contrarregra; ultrassom; minissaia; microssistema etc. Os detalhes colocados são fundamentais para a compreensão sobre outros vocábulos similares.
Os exemplos colocados para o nosso aprendizado aqui foram sintetizados para uma compreensão básica da nossa linguagem.[5]
3. [6]ERROS CLÁSSICOS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

Quando você ler um texto, quer seja bíblico ou não bíblico, é necessário um cuidado específico para não incorrer em erros clássicos de entendimento, que basicamente, são: Extrapolação, Redução e Contradição.
Esses problemas, quando ocorrem na interpretação de textos [7]Apócrifos, suas conseqüências não são tão prejudiciais quando se trata dos Livros [8]Canônicos que compõem a Bíblia Sagrada.

3.1 EXTRAPOLAÇÃO.

O erro de extrapolação como o próprio nome indica, acontece quando saímos do contexto, quando acrescentamos idéias que não estão presentes no texto. Ao extrapolar, vamos além dos limites do texto, viajamos além de suas margens, fazemos outras associações, evocamos outros elementos, criamos a partir do que foi lido, deflagramos nossa imaginação e nossa memória, abandonando o texto que era o nosso objeto de interpretação. A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada – porque nos leva a perder o contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e viajamos para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, e outros campos de discussão.

3.2 REDUÇÃO.

Outro erro clássico na busca do entendimento do texto oposto à extrapolação é o que chamamos de: redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de sairmos do contexto, ao invés de acrescentarmos outros elementos, fazemos o inverso: abordamos apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. A redução consiste em privilegiarmos um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se torna falso porque passa a ser descontextualizado. Nos “prendemos”, assim, a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as relações principais, ou, antes, quebramos este conjunto, fracionando indevidamente esse aspecto, isolando-o do contexto. Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações.

3.3 CONTRADIÇÃO.

O último erro clássico nas interpretações de textos, o mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo – uma leitura desatenta, a não percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda de uma passagem no desenvolvimento do texto etc. – chegamos a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido, – por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos – os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou / e ansioso provavelmente escolherá essa alternativa, por ser mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto.

CONCLUSÃO

O trabalho apreciado foi intencional, visando o aprendizado básico aos professores e alunos que trabalham com qualquer área do conhecimento. E, diferente da maioria das obras que tratam acerca do novo acordo para unificação da língua portuguesa, este trabalho começou expondo ao leitor à origem da língua portuguesa no mundo e conseqüentemente, no Brasil. Conhecer nossa origem é uma forma de compreendermos quem somos no presente.
Depois do Novo Acordo, de forma sintética, compreendemos como era e como ficou a nova ortografia envolvendo oito países da fala portuguesa: Na Europa, na África e na América do Sul. Foi compreendido também que, muitos elementos dessa mudança são coisas que existiam, foram modificadas e volta novamente a serem usadas na nova ortografia. Vale salientar aqui, o fato de que, as mudanças na nova ortografia assinada no novo acordo, correspondem apenas com 0,5% aproximadamente, das palavras faladas no idioma apreciado aqui.
Como parte final desse trabalho, expomos ao leitor os comuns erros clássicos da interpretação de textos, onde, muitas vezes, à exclusão de certos caracteres da língua pode classificar uma “Eisegese”[9] (dando um sentido que não existe no texto).
Foi percebido nesse trabalho, que foram usados conhecimentos do professor Douglas Tufano que, de forma perceptível aos seus leitores, repassou um conhecimento básico das mudanças da língua portuguesa que caracterizaram o novo acordo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Emília. (ANTONIO, Severino e PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do). Redação, Gramática e Literatura: Interpretação de texto. São Paulo: Nova Cultural, 1994.
BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
DICIONÁRIO BRASILEIRO DA L[INGUA PORTUGUESA. Barsa Planeta Internacional Ltda. 18. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A prática de fichamentos, resumos, resenhas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
TUFANO, Douglas. Guia prático da nova ortografia: Saiba o que mudou na ortografia brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 2008.[10]
WIKIPÉDIA, Enciclopédia Livre. Língua Portuguesa: História e Classificação. <http://pt.wikipedia.org/wikiíngua-portuguesa>. Acesso em: 27 de Agosto de 2008.

ANEXO

Adoção total da regra terá 4 anos de transição (Folha de São Paulo).

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1º de janeiro, mas não de forma obrigatória, ao menos nos primeiros quatro anos.
De acordo com o decreto assinado pelo Presidente Lula, até 31 de dezembro de 2012 o modo que se escreve hoje será considerado correto e admitido em vestibulares, concursos públicos, provas escolares, livros e órgãos de imprensa, por exemplo.
Há, porém, uma exceção. Para as editoras de livros usados em escolas públicas, o prazo será menor. Em 2010, todos os livros adquiridos pelo governo terão de ser escritos com a nova grafia.
As novas regras que foram firmadas em 1990 serão aceitas em todos os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
O Brasil será o primeiro a implementar as novas regras oficialmente [...].

Em pleno século 21, Lula admitiu que 630 municípios brasileiros não têm biblioteca pública. Em 2003, afirmou, o número era ainda maior: 1.170. Segundo ele, até o final do ano, mais 300 cidades terão a sua. “Nossa meta é que, até 2009, todos os 5.500 municípios brasileiros tenham ao menos uma biblioteca”. Ele também afirmou que as salas de leitura em áreas consideradas de risco social receberão computadores, agentes de leitura e melhorias no acervo e mobiliário, como parte do Plano Nacional do Livro e da Leitura.

Presidente promulga acordo ortográfico
Portal MEC – Assessoria de Comunicação Social

Ladeado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, promulgou o protocolo de modificação e regulação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A cerimônia ocorreu nesta segunda feira, 29, no salão Nobre do Petit Trianon, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. O evento celebrou os 100 anos da morte do escritor Machado de Assis, completados nesta data. Lula presidiu a cerimônia.
O acordo representa a simplificação e o aprimoramento da língua em todos os países da comunidade lusitana. A reforma ortográfica será implementada a partir do dia 1º de janeiro de 2009. Durante um período de quatro anos, até 2012, conviverão as ortografias: anterior e a prevista no acordo. Com a medida, a língua portuguesa será alterada em 0,8% dos vocábulos no Brasil e 1,3% em Portugal.
Em sua fala, o presidente da República reiterou a importância dos acordos educacionais e culturais do Brasil com os países da África, notadamente os lusófonos.
“É o reencontro do Brasil com suas raízes mais profundas. Como avançar sem fortalecer a língua, como produzir bens culturais e didáticos sem uniformidade?” Perguntou.
Da parte do Ministério da Educação, inicia-se agora um processo de substituição dos livros didáticos, com as compras pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a partir de 2009. À medida que forem substituídos os livros, os novos já serão redigidos com a nova ortografia, informou o Ministro Haddad.

(http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/texto)
[1] “România, é o nome que se dá ao Império Romano e, em especial, ao conjunto de suas províncias, aonde, o latim veio a vingar duradouramente como língua de civilização” (LOPES, 1998, p. 13).
[2] “De um ponto de vista político e, portanto, oficial, o galego é uma língua porque assim o determinam os organismos de Estado espanhol e da Religião Autônoma da Galiza, com legitimidade democrática. De um ponto de vista científico, a idéia de o galego é uma variedade dialectal da língua portuguesa – e vice-versa – reúne hoje um vasto consenso, sendo estudado em conjunto com as restantes do português nas universidades e centros de investigação lingüística” (Wikipédia, a enciclopédia livre: Língua portuguesa).
[3] No campo da Gramática, Ditongo diz-se da reunião de duas vogais que, proferidas numa só emissão de voz, formam, portanto, uma só sílaba; uma, mais aberta, tem função vocálica e é chamada vocal silábica, ou base, e a outra mais fechada, tem função consonântica e chama-se assilábica ou semivogal. (Informação do dicionário da língua portuguesa, Barsa Planeta, 2001).
[4] O Ditongo é a reunião de duas vogais que, proferidas numa só emissão de voz, formam, portanto, uma só sílaba; uma mais aberta tem função vocálica e é chamada vogal silábica.
[5] Os exemplos e as aulas mostradas aqui são de exclusividade do professor Douglas Tufano, no Guia Prático da Nova Ortografia, na primeira edição do seu livro.

[6] INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. Páginas 308, 309. (Emília Amaral, Severino Antonio e Mauro Ferreira do Patrocínio). Novo Manual, Nova Cultural. São Paulo. 1994.
[7] Apócrifo, diz-se de obra sem autenticidade ou cuja legitimidade não se aprovou. No caso bíblico, apócrifo, é não verdadeiro ou não sagrado.
[8] Uma obra canônica, diz-se do trabalho que faz parte do Cânon. Cânon (Regra geral de onde se inferem regras especiais), Relação, Tabela, Padrão, Norma. É a forma correta, segundo as Escrituras, para aplicar na liturgia do Culto Cristão.
[9] Enquanto que, o termo “EXEGESE” significa: “sacar” ou “extrair”, ou seja, sacar a verdade de um texto conforme foi apresentado pelo autor; no caso da “EISEGESE” significa, basicamente, “colocar” uma “verdade” que não existe. Ver o exemplo entre os textos de Gênesis: 2. 17 e 3. 4, entre a certeza de morrer e não morrer, conforme as passagens bíblicas.
[10] As citações mais constantes do professor Douglas Tufano neste trabalho apresentadas de forma sintética aos leitores da Escola Bíblica Dominical dar-se pelo fato da capacidade sobre o assunto em questão desse docente; e do fato de que, foi um dos primeiros a ser utilizado na minha pesquisa sobre o Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa assinado pelos oito países citados.

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