O DIREITO DE RESPOSTA - ATEÍSMO: UMA CRENÇA?

O direito de responder é um direito de todo cidadão, basta morar no Planeta Terra. Esta é uma resposta a um político americano que parece não ter “nem pé nem cabeça” das suas afirmações. Trata-se do senador Ernie Chambers, publicado na Revista Veja, edição 2084 – ano 41 – nº 43 de 29 de outubro de 2008.

“ACUSO DEUS DE TODOS OS DESASTRES”. Os políticos brasileiros não são os únicos que gostam de fazer bizarrices. Ernie Chambers, senador no estado americano de Nebraska, resolveu abrir um processo contra Deus. Perdeu, mas já avisou que vai recorrer. (VEJA, 2008, p. 60).
PERGUNTA E RESPOSTA I. De que o senhor acusa Deus?
De todos os desastres: furacões, tornados, doenças, fome.
PERGUNTA E RESPOSTA II. Por que o senhor resolveu processá-lo?
Havia uma articulação no meu estado para tornar algumas pessoas inimputáveis, e eu quis provar que qualquer pessoa pode ser processada
PERGUNTA E RESPOSTA III. Mas Deus é uma pessoa, por acaso?
Não necessariamente, mas a sua existência está provada, pelo menos nos Estados Unidos.
PERGUNTA E RESPOSTA IV. Como assim?
No dólar, o que está escrito? “Em Deus nós acreditamos”. No tribunal, jura-se por Deus. Para os Estados Unidos, a existência de Deus é incontestável.
PERGUNTA E RESPOSTA V. Como se faz para intimar Deus?
Ele não é onisciente? Então, sabe que está sendo processado. Não é onipresente? Então, estará na corte no dia do julgamento.
PERGUNTA E RESPOSTA VI. Mas o processo foi arquivado.
Sim, mas eu vou recorrer.
PERGUNTA E RESPOSTA VII. Então, o senhor acredita em Deus.
Na verdade, não. Quem precisa acreditar é a justiça. Não acredito e, por isso, não tenho medo de ir para o inferno.

No diálogo com Ernie Chambers, extraímos algumas conclusões, comumente apresentadas por outras pessoas que se dizem ateístas. Na primeira pergunta e resposta, verificamos que, o “ateu” acredita na existência de Deus, porém, acusa Deus de todos os males na Terra, com a intenção de isentar o homem das consequências provocadas pelos seus pecados contra o Criador. Na segunda pergunta e resposta, o ateu, procura atingir Deus de alguma forma; e como o ateísta não consegue atingir, procura chamar a atenção de Deus com o seu modo rebelde. Na terceira pergunta e resposta, o ateu sabe da existência de Deus. Na quarta pergunta e resposta, os ateístas desenvolvem o ciúme pela grandeza de Deus: “O homem não é, e nunca será Deus, mas, tenta de todas as maneiras ser”. Na quinta pergunta e resposta, o ateu sabe que Deus é supremo e possuem características (atributos) que só Deus tem; o ateu realmente não tem fundamento nos seus argumentos. Na sexta pergunta e resposta, os ateístas às vezes são persistentes nas suas loucuras infundadas. Na sétima pergunta e resposta, o ateu, apesar de persistir que Deus não existe nos seus argumentos, ele sabe que Deus existe, recompensa os que acreditam nEle e lançará no inferno aqueles que se esquecem da sua presença.

Todas as pessoas carregam consigo “pacotes” de direitos, inclusive o direito de acreditar ou não em Deus; no entanto, precisam despertar quanto ao seu direito de não crê: suas consequências são terríveis. “Disseram os loucos no seu coração: Não há Deus. Têm se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras” [...]. (Salmos 14. 1).
O argumento de que o ateísmo é a não existência de Deus é um pensamento precipitado; pois, os que se julgam ateus sabem da existência de Deus, porém, insiste em negá-lo. Carl Marx nasceu em um lar de doutrinas de judeus e cristãos, mas, ele cresceu e, aprendeu com alguns de seus mestres o ateísmo; no entanto, foi ele que disse: “Desejo me vingar daquele que reina no alto”. Na verdade, o ateu, expulsou Deus de sua vida, e agora, tenta expulsar da sua mente – uma tarefa impossível.
Não vou fazer um comentário detalhado a respeito, mas, a Revista Super Interessante de março de 2009 p. 3, que ficou registrada a campanha publicitária da inglesa Ariane Sherine, de 28 anos, que resolveu fazer uma campanha contra Deus e a religião. O marketing ateu foi espalhado em cartazes nos Estados Unidos, França, Itália, Espanha e Austrália: “Ateísmo: durma um pouquinho mais aos domingos de manhã” (Austrália); “Por que acreditar em Deus? Seja bom apenas em nome da bondade” (Estados Unidos); “A má notícia é que Deus não existe. A boa notícia é que você não precisa dele” (Itália). Em todas as mensagens não transparece a ideia da não existência de Deus, mas, anuncia com clareza a rebeldia que essas pessoas têm acerca do Deus que existe eternamente.
Mais de 20 anos atrás, eu ouvi do Pr. Elizeu Menezes sobre uma viagem que ele fez para Israel. No percurso entre Roma e Jerusalém estava do seu lado um médico que se dizia ateu; e, na conversa com o pastor ele disse que foi socorrer um paciente em estado grave, porém, não foi possível salvá-lo; então, ele disse ao pastor: “Quando aquele lá de cima determina, não tem jeito”. O médico que minutos atrás falava da não existência de Deus, agora afirma a sua existência.

O ATEÍSMO É UMA CRENÇA. O Ateísmo é um sistema que supostamente se baseia na inexistência de Deus. O termo vem de dois vocábulos gregos, cujos elementos que, no português, significam: “Negação” e “Deus”. Utilizamos a palavra crença, pelo fato de que, no Ateísmo se utiliza um conjunto de argumentos, com o intuito de refutar a Teologia Bíblica da existência de Deus.
A questão do Ateísmo, na verdade, não é o fato de não acreditar, conforme vemos na sua definição etimológica da palavra; mas, uma revolta contra Deus. Como já foi citado antes, Carl Marx, possivelmente, o mais citado filósofo comunista (apontado como ateu), dizia: Desejo me vingar daquele (Deus) que reina no alto; tal afirmação demonstra que, não há ateísmo, e sim, uma revolta contra o DEUS QUE EXISTE.
Podemos ver uma confirmação do pensamento acima, na expressão de Carlos Diegues, quando diz: O homem não é, e nunca será Deus; mas, aspira sê-lo. Conclui-se que, Ateísmo, não é “não crê”; mas, uma tentativa de apagar Deus, que na mente humana sempre existirá.
Há duas palavras para definir um ateu na sociedade: Hipócrita e Desgraçado. O ateu é um hipócrita, pelo fato de que, mesmo sabendo da existência de Deus, insiste em negá-lo; é um desgraçado, porque, pela sua atitude de excluir Deus da sua vida, permanece sem esperança, sem paz e sem felicidade espiritual.
Um dos termos para caracterizar o ateísmo é o Ceticismo; cujo significado diz-se daquele que nega tudo. No campo filosófico pode haver uma pequena diferença entre Ceticismo e Ateísmo, pelo fato de que, o primeiro termo indica negar tudo; enquanto o segundo termo se restringe em negar apenas a Deus ou deuses. Porém, há várias formas de Ceticismo: O que um cético pode pensar acerca de um objeto, pode ser diferente com relação a outro; e dentro dessa forma de ceticismo os dois termos pode se relacionar na maneira de pensar.
ATEÍSMO TEÓRICO E PRÁTICO. É comum se pensar que existem dois tipos de ateus: O Teórico e o Prático. Tais pensamentos podem ser definidos, visando comprovar a possível existência dessas duas classes. Apresenta-se, portanto, características básicas naqueles que, se definem como ateus.
ATEÍSMO TEÓRICO. O Ateísmo Teórico possui argumentos e um acúmulo de supostos conhecimentos “científico” como arma contra aqueles que acreditam em Deus; não somente acreditam, mas, procuram viver em consonância com a sua vontade. Com atitudes dessa natureza, o ateu teórico, tem o intuito de discutir com Deus como demonstração da sua rebeldia. Mas como discutir com Deus, se o termo Ateísmo significa Negação a Deus? Isso porque, como já foi dito, numa análise geral não há ateísmo; por isso, o ateu teórico, busca apenas apregoar a Não Existência de Deus, com recursos em outros campos do conhecimento, na intenção de denegrir o maior ser do Universo – Deus.
ATEÍSMO PRÁTICO. O Ateísmo Prático, comumente, não possui argumentos de discussão. A questão do ateu prático é: Deus não existe; não quero argumentar a respeito; assunto encerrado. Apesar de que, o lado prático do ateísmo, é “não argumentar a respeito”, a lista de normas que acompanha essa linha de pensamento é bem grande.
Isso é o que se pensa sobre o Ateísmo. No entanto, há muito que dizer sobre a questão. É o que vamos averiguar em seguida.
A IDEIA DE UM DEUS. No Ateísmo há um sistema de crença, para utilizar, contra as religiões sem importar o seu credo; por isso, é que utilizamos o termo Crença para descrevê-lo. Por outro lado, numa visão interna da crença bíblica que, “o homem é uma criação de Deus”, não existem ateus – Em todos existe A Ideia Deus. Vince Rause, no assunto: “A Ciência explica: Porque cremos em Deus”, diz: “Novas provas mostram que os seres humanos foram projetados para acreditar em Deus. Não é possível simplesmente bloquear a existência de Deus com o pensamento”.
Pesquisas científicas demonstraram que, dizer que Deus não existe, não é suficiente para deixar de existir. Com a área de orientação privada das informações necessárias – acreditam os cientistas – o indivíduo experimentaria uma sensação de percepção ilimitada, fundindo-se ao espaço infinito. Num outro assunto da Revista Seleções, (Abril / 2001), expõe a pergunta: Será que a Bíblia diz a verdade? E acrescenta: Os arqueólogos estão transformando céticos em crentes. São questões, que vão transformando a rebeldia ateísta contra, num respeito a Deus.
A Bíblia garante que, Deus criou o homem à sua Imagem, conforme a sua Semelhança (Gênesis 1. 26). Nessa questão, buscamos compreender dois vocábulos usados nesse texto: IMAGEM e SEMELHANÇA.
O termo Semelhança tem como palavras sinônimas: Conforme, Parecido e Semelhar; que demonstra as características de uma pessoa que se apresenta com o que é peculiar da outra. Semelhança no texto bíblico tem a ver com os ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS; onde, o ser humano apresenta características, como: Justiça, Santidade, Amor, Etc., que faz do homem um Ser moral parecido com Deus (1 Pedro 1. 15). Quando o homem transgride as normas de Deus, perde a Semelhança com Deus.
O termo Imagem está relacionado com o espírito de vida que Deus colocou no homem, depois de ter criado da Terra. Os que carregam uma bandeira com o emblema do ateísmo, e apregoam: Nem um Deus, nenhuma crença e nem uma vida pós-morte; na verdade, há um Deus na sua mente, há uma crença que insistem em negá-la e um medo terrível do destino eterno.
A TEOLOGIA DO DEUS MORTO. “Dizer que Deus existe, e andar, proceder, como se Ele não existisse, não é crê nele; é negá-lo”. O grupo de pessoas que vivem a Teologia do Deus morto aumenta de uma forma assustadora: Eles estão entre os Católicos, Protestantes Históricos, Pentecostais, Neo-Pentecostais, etc., etc. Nota-se que, os seguidores da Teologia do Deus morto (embora não admitam), estão entre aqueles que afirmam serem cristãos; esse procedimento, também é um ateísmo; e conforme a definição do Ateísmo, esse grupo, está na mesma situação dos que se declaram ateus.
ATIVIDADES APOLOGÉTICAS DO ATEÍSMO. De primeira mão, parece um contra senso citar atividades apologéticas no Ateísmo; uma vez que, o vocábulo aparece como: negação a Deus. No entanto, conforme já explicado, o ateísmo em si já é uma crença; portanto, é sensato e coerente afirmar que, o discurso apologético existe nos principais sistemas organizados do ateísmo no mundo.
A tentativa de colocar o Ateísmo como disciplina escolar é bem antiga. No entanto, os propagadores dessa “crença” encontram dificuldades; pelo fato de que, a criação de escolas são ideias de religiosos; enquanto que, os ateístas aparecem para desestruturar os ensinos morais e religiosos.
A Inglaterra, que possui uma história cristã já bem divulgada, procura inserir o ateísmo nas mentes cristãs a dúvida da existência de uma divindade suprema. A divulgação da Revista ISTOÉ de 25 de fevereiro de 2004, acerca dessa questão divulgou: “Governo britânico estuda coloca ateísmo como disciplina escolar”. Bertrand Russell, um filósofo britânico, dizia: “Estou completamente convencido de que as religiões não só prejudicam como são falsas” (ISTOÉ, 2004, p. 65). Mais de 70 anos depois do discurso Russell, o pensamento ateísta continua mais ativo do que nunca. É mais fácil a sociedade absorver o teor de uma literatura ateísta do que a literatura cristã; cujas idéias, comumente vestidas de uma roupagem bem preparada, de forma que, o leitor se satisfaz. Bertrand Russell (1872-1970), ganha em 1950 o prêmio Nobel de literatura, com o tema: “Porque não sou cristão”; e isso demonstra o valor dado pelos influentes do mundo às ideias ateístas.
As atividades apologéticas no mundo ateísta existem; pois, seus propagadores, não somente divulgam a inexistência de Deus; mas também, procura blindar suas filosofias das ideias religiosas ao redor.
A IGREJA DOS NOVOS ATEUS. O termo: A Igreja dos Novos Ateus, é uma expressão de um comentarista da Revista Época: ...; mas, é apropriada para dizer alguma coisa na questão das atividades apologéticas; já que, o assunto indica a existência de um novo grupo ou o antigo grupo com ideias reformuladas. Os chamados Novos Ateus, apesar de uma nova roupagem filosófica, apresentam mais agressividade, quando comparamos às formas mais antigas de expor o ateísmo. A Revista Época argumenta sobre esse ateísmo moderno nos seguintes termos: “Os novos ateus condenam não apenas a crença em Deus, mas também o respeito pela crença em Deus. Segundo eles, a religião não está apenas errada. Ela é perversa. A face mais visível dessa cruzada contra a religião são as dezenas de livros lançados neste ano por cientistas influentes”.

Destacam-se três pontos, na filosofia dos novos ateus: (1) Condenam a crença em Deus. (2) Condenam o respeito pela crença em Deus. (3) E dizem que, a religião não está apenas errada; mas apresenta características de perversidades.
O sistema antigo do ateísmo, comumente se sabia que, a crença em Deus era condenada. Porém, a condenação do respeito pela crença em Deus não era exposta à sociedade; pelo menos de forma que ela soubesse.
Os novos ateus resolveram fazer uma cruzada contra o Deus que eles afirmam não existir. Agora, não apenas condenam a crença em Deus; mas também, condenam à atitude dos outros em crer em Deus.
Os chamados novos ateus, ainda, resolveram desafiar a todos aqueles que creem em Deus, no intuito de apagar a ideia da existência de Deus da mente das pessoas. Tais atitudes dos novos ateus, de certa forma, indicam o procedimento de atividades apologéticas no sistema ateísta; apesar de que, atacam com força a religião, onde quer que ela esteja acontecendo.


BIBLIOGRAFIA

ISTOÉ, Revista. A vez dos Incrédulos: Governo britânico estuda colocar o Ateísmo como disciplinar escolar. São Paulo: Editora Três, 2004.
SELEÇÕES, Revista. Vince. Em busca do divino: A Ciência explica, porque cremos em Deus. Rio de Janeiro: Readers Digest. 2003.
_______, Será que a Bíblia diz a verdade? (SHELER, Jeffery L.). Rio de Janeiro: Readers Digest. 2001.
SUPERINTERESSANTE, Revista. Marketing Ateu. (SANTOS, Marcos R.). São Paulo: Março de 2009.
VEJA, Revista. Acuso Deus de todos os desastres (CHAMBERS, Ernie). Ed. 2084 – ano 41 – nº 43. São Paulo: Editora Abril, 29 de outubro de 2008.